É sempre
muito bom (re)lembrar, da nossa infância, os nossos aprendizados, as nossas
emoções e as nossas leituras.
Sempre
gostei muito de ler, pois fui incentivada pelos meus pais que (apesar da pouca
instrução sempre me deram total apoio), com muitas dificuldades nunca deixaram
faltar nenhum livro ou caderno necessários ao meu aprendizado. Não me recordo
do primeiro livro lido por mim, mas lembro de um (e o tenho até hoje) que foi
do meu pai quando criança, "A Aldeia Sagrada".
A história
nele contada me fez viajar para a Bahia e pelo espaço, já que relata a Guerra
de Canudos e a queda de um meteorito, que recebeu o nome de Bendegó, cuja
a queda se deu na própria Bahia no período da Guerra. Quando eu lia, não
conseguia imaginar ou entender o que a guerra tinha a ver com a queda do
meteorito, mas meu pai (meu herói, meu ídolo e meu historiador), sentava-se ao
meu lado e me explicava o que era um e o que era o outro e o que os
assemelhavam.
Claro que
ele interpretava a história de uma maneira tão fascinante que eu me via
vivenciando a história, sentindo os cheiros, ouvindo os gritos daqueles homens
que lutavam para defender sua terra e dos homens que lutavam para transportar o
Bendegó.
Acho que
esse, além de todas as histórias (ou
causos) que minha mão contava antes de eu dormir, só acrescentaram às leituras
que meus outros heróis (professores) também me ofereciam e me faziam viver no
passado e ir para o futuro, a amar, a chorar e a sonhar.
Também havia
as enciclopédias ( Barsa e Meu Livro de Pesquisas). Aquelas que as pessoas
passavam de porta em porta, vendendo. E mais uma vez o sacrifício se fazia
presente e eu era presenteada com mais
algumas “viagens” intelectuais,
Não
importava se eram datas históricas, bandeiras, autores e atores ou palavras
desconhecidas; o que importava era ler. Na verdade, me vejo como a Danuza Leão
afirmou “ uma arnaquista intelectual".
Acredito na
frase de Bill Gates : “ Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros.
Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever -
inclusive a sua própria história”.
Ainda quero
ler muito e essa paixão pela leitura procuro transmitir aos meus alunos para
que se tornem escritores da própria história.
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